Em França…
O princípio do ano de 1790 marca a Igreja de França com a supressão, pela Assembleia Nacional, dos votos religiosos, considerados pelos revolucionários franceses como contrários aos Direitos do Homem, e o consequente encerramento dos conventos existentes.
É, contudo, este contexto de tormenta revolucionária que fará com que a Sociedade das Filhas do Coração de Maria nasça, tornando possível viver uma vida religiosa autêntica, sem confronto com as leis civis de então.
A 19 de julho de 1790, Pedro de Clorivière, padre jesuíta, tem uma súbita “inspiração”, que ia de encontro ao projeto de Adelaide de Cicé, a quem acompanhava espiritualmente, de viver uma vida religiosa sem hábito, fora dos conventos tradicionais e sem apostolado específico, mas que atendesse a todas as necessidades, em todos os momentos e lugares, que fosse útil à Igreja e à sociedade.
Fiel ao carisma da Companhia de Jesus, Clorivière encontra na espiritualidade inaciana o que lhe vai permitir estruturar o projeto de Adelaide de Cicé e, com ela, funda em 1791, em França, a Sociedade das Filhas do Coração de Maria.
Em Portugal…
Nos anos que se seguiram à implantação da República, em 1910, apesar da instabilidade sociopolítica que ainda se fazia sentir, as congregações religiosas começam, discretamente, a ocupar o seu lugar na Igreja e em Portugal.
Em Lisboa, algumas mulheres, acompanhadas espiritualmente por padres jesuítas em Lisboa, tinham o sonho comum de viverem uma vida religiosa no meio de mundo. É assim que o Padre Abranches, s.j. lhes dá a conhecer a existência da Sociedade das Filhas do Coração de Maria, em França.
Sentindo que a Sociedade podia corresponder ao desejo que alimentavam no seu coração: viver no anonimato uma vida religiosa autêntica, sem sinais exteriores, compatível com os votos religiosos, e que lhes permitisse viver o zelo apostólico que as habitava, em resposta às necessidades de então, deslocaram-se a França, iniciando os primeiros contactos com as Filhas do Coração de Maria.
Em 1932, a pedido do Cardeal Patriarca, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, e após a chegada de algumas Filhas do Coração de Maria francesas, dá-se a fundação da Sociedade em Portugal.